domingo, 2 de outubro de 2011

Linhas/Correntes/Tendências Educacionais/Pedagógicas





Linha tradicionalÉ uma proposta de educação centrada na figura do professor, que privilegia o conteúdo. O princípio é a transmissão de conhecimentos por meio da aula expositiva, numa sequência que enfatiza os exercícios com exigência de memorização. Privilegia a preparação para o vestibular desde o início do currículo escolar.

Essa linha de ensino difundiu-se no século XVIII e tinha por objetivo universalizar o acesso do indivíduo ao conhecimento. Alguns educadores condenaram esse tipo de ensino nas décadas de 60 e 70, mas seus defensores enfatizam que não há como formar um aluno crítico e questionador sem uma sólida base de informação.

Utiliza o método sintético, no qual a alfabetização é feita a partir de elementos mais simples – letra, fonema ou sílaba – que são combinados, formando as sentenças.


Linha construtivista / estruturalismo de Jean Piaget

O construtivismo nasceu a partir das ideias do epistemólogo suíço Jean Piaget e chegou ao Brasil na década de 70, quando foram criadas algumas escolas experimentais ou alternativas. Hoje está largamente difundido. Atualmente é seguida por algumas escolas públicas brasileiras, preconizada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).

Para Piaget, a inteligência lógica tem um mecanismo auto-regulador evolutivo. Certas noções, como quantidade, proporção, sequência, causalidade, volume, entre outras, surgem espontaneamente em momentos diferentes do desenvolvimento da criança em sua interação com o meio.

As ideias de Piaget garantiram aos psicólogos que havia um mecanismo natural de aprendizagem e que a escola deveria acompanhar a curiosidade da criança, propondo atividades com temas que a interessassem naquele momento, sem se prender a um currículo rígido.

Enfatiza o conhecimento que a criança já tem antes de ingressar na escola e está focado na língua escrita. A proposta dá prioridade à forma como o aluno aprende, enfatizando a construção do conhecimento a partir das relações com a realidade. O professor tem o papel de coordenar as atividades, perceber como cada aluno se desenvolve e propor situações de aprendizagem significativas. O conteúdo é importante, mas o processo pelo qual o aluno chega a ele é a prioridade. Por exemplo, se a matéria é vento, a professora pode colocar as crianças para correr a fim de sentirem o vento no rosto, para depois apresentar a teoria. Ou seja, eles constroem a teoria através da prática. A aplicação dessa teoria tem possibilitado a formação de crianças mais críticas, opinativas e investigativas. Sua disciplina está voltada para a reflexão e auto-avaliação, portanto não é considerada rígida.


Linha Montessoriana

Maria Montessori elaborou uma teoria científica do desenvolvimento infantil em 1907, na Itália. Ao contrário de Piaget, seu trabalho se concentrou na elaboração de uma proposta pedagógica. Essa concepção prega a auto-educação dos alunos com apoio de materiais didáticos. O professor é observador e incentivador. A aprendizagem automotivada e individualizada é a essência do método.

De acordo com a visão montessoriana, a criança deve ser incentivada a desenvolver um senso de responsabilidade pelo próprio aprendizado e o ensino deve ser ativo. É esperado que o aluno, consciente de suas atividades, adquira maior autoconfiança.

Sua concepção está voltada para as atividades motoras e sensoriais: trabalhos, jogos e atividades lúdicas. Propõe uma aproximação do aluno com a arte, a música e a ciência. As escolas que seguem essa linha enfatizam as experiências e o manuseio de materiais para se obter a concentração individual e o aprendizado.

Marcia Riguetti é diretora do projeto pedagógico da Aldeia Montessori e integrante da comissão científica da Organização Montessori do Brasil. Ela começou a se interessar pelo método quando ainda era professora da rede municipal. “Nessa época meus filhos eram pequenos e ingressaram num colégio montessoriano. Eu percebia neles conhecimentos e formas de ver as coisas que eu não via nos meus alunos. Resolvi criar uma escola com esta concepção e fomos crescendo em função da demanda”. Hoje em dia, a Aldeia Montessori tem três unidades no Rio de Janeiro que vão do maternal ao quarto ano do Ensino Fundamental.


Linha Waldorf


Essa linha pedagógica baseia-se nos ensinamentos do filósofo alemão Rudolf Steiner. Suas propostas são baseadas no movimento da criança, na atividade motora. É contra o uso da televisão e a alfabetização antes dos sete anos de idade. Trabalham-se, em conjunto, três aspectos do desenvolvimento: o físico, o individual e o social.

Os alunos são agrupados por faixas etárias, pois Steiner acreditava que cada uma tem necessidades básicas a serem atendidas. Para ele, o desenvolvimento ocorre em ciclos de sete anos. Como o ritmo biológico não pode ser alterado, não há repetência. Chama-se Waldorf, pois os primeiros alunos de Rudolf Steiner foram funcionários da fábrica Waldorf Astoria, na Alemanha. A relação com a família é intensa e as escolas que seguem essa linha têm princípios mais radicais e esperam dos pais uma postura sintonizada com a filosofia.


Linha Logosófica

Carlos Bernardo González Pecotche, humanista, pensador e educador argentino, iniciou em 1930 uma linha de conhecimentos a qual batizou de Logosofia. A pedagogia logosófica revela o mundo interno do ser humano e descreve com precisão como está constituído e como funciona em cada uma das etapas da vida: infância, adolescência, juventude e idade adulta. A base para o trabalho pedagógico são os conceitos originais apresentados pela Logosofia: o conceito de vida, de liberdade, de defesas mentais, de pensamentos, de leis universais, de conhecimento de si mesmo, entre outros. A pedagogia logosófica baseia-se em duas forças: no conhecimento e no afeto, considerado este como a expressão mais elevada e consciente do amor, sendo aplicada nos colégios logosóficos, com unidades no Brasil, Argentina e Uruguai.

O método logosófico prevê alguns pontos essenciais da ação educativa:

• A realização, pelo educador, do processo de evolução consciente preconizado pela Logosofia, transformando-se, assim, em exemplo do que ensina;

• A vinculação sensível entre docente e discente, pelo cultivo do afeto, princípio fixador das relações humanas;

• A formação de um ambiente onde se cultivam qualidades morais e éticas como o respeito, alegria, disciplina, tolerância, ajuda sincera, liberdade e estímulo ao saber;

• O favorecimento das manifestações tutelares do espírito da criança e do adolescente;

• O acercamento de estímulos naturais e positivos, indispensáveis à formação do caráter;

• A ação conjunta e integrada do lar e da escola, como instituições educacionais básicas.


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